Bahia tem uma das menores taxas de prevalência da tuberculose bovina do país
O estudo sobre prevalência da tuberculose bovina no estado foi concluído pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura. Os resultados colocam o estado com uma das menores prevalências do país e, com isso, pela primeira vez, foi possível conhecer a situação epidemiológica e a distribuição geográfica desta importante zoonose.
Os dados do levantamento, desenvolvido em parceria com o Ministério da Agricultura (Mapa), Universidade de Brasília e Universidade de São Paulo, mostram um cenário animador no controle da doença, com prevalência de tuberculose em rebanho bovino de 1,6% - com intervalo de 0,3% - 2,9% a depender da região - e prevalência de animais sororreagentes de 0,21% - com intervalo de 0,02% - 0,66% - uma das menores do Brasil.
Segundo o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, o impacto imediato é a otimização de recursos financeiros e humanos na execução das ações que, a partir de agora, podem ser direcionadas para a especificidade de cada região. “Isso vai tornar a defesa agropecuária ainda mais eficiente em nosso estado com relação a esta doença”, enfatizou.
A partir desses dados, a Adab pretende elaborar ações proativas, preventivas e direcionadas. “A grande vantagem desse tipo de estudo é nortear ações de vigilância, buscando melhorar a sanidade dos rebanhos baianos” esclarece o diretor-geral da Adab, Paulo Emílio Torres. Ele informou que, ao longo deste ano, a agência vai atuar em todos os municípios baianos, com atenção especial para áreas com maior probabilidade de ocorrência para a tuberculose.
Metodologia - Para a realização do estudo, o estado foi dividido em quatro circuitos produtores. Em cada região foram colhidas amostras, totalizando mais de 18 mil animais em toda a Bahia. “Todas as fazendas foram georreferenciadas e aplicamos um questionário, direcionado à caracterização do tipo de propriedade”, explica a coordenadora do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose (PNCEBT) da Adab, Luciana Ávila.
“Também avaliamos a utilização de práticas sanitárias e zootécnicas que poderiam apontar um maior risco para focos de tuberculose”, diz Luciana. Ela destacou que o estudo permitiu, pela primeira vez, conhecer a prevalência da tuberculose na Bahia e os principais fatores de risco na ocorrência dessa doença. O tema foi apresentado pela coordenadora em São Paulo, na última semana, durante o I Encontro Nacional em Epidemiologia Veterinária (Enepi), e também será exposto no XVIII Congresso Internacional de Epidemiologia Veterinária e Economia (ISVEE), em agosto, na Holanda.
“Diante deste cenário, temos as ferramentas necessárias para discutir novas estratégias com vistas à adoção de medidas de vigilância, buscando a erradicação dessa enfermidade em nosso estado”, afirmou o diretor de Defesa Animal da Adab, Rui Leal. Para ele, a detecção precoce de possíveis focos é fundamental para erradicar a tuberculose nos rebanhos baianos.